domingo, 12 de junho de 2011
INDÍGENA BRASILEIRA PROIBIDA DE SAIR DO PAÍS PARA DEFENDER SEUS PARENTES
Edilberto Sena *
edilrural@gmail.com
Mais um sinal de que o governo brasileiro desrespeita seus cidadãos de expressarem suas idéias e denunciarem os ilícitos do governo. A indígena Azelene Kaingang, do Rio Grande do Sul, foi convidada pela Organização das Nações Unidas, ONU para participar de um seminário em Nova York, nos próximos dias. Ela deveria fazer uma exposição sobre a situação dos povos indígenas no Brasil, seus problemas de demarcação de terras e os conflitos por causa dos projetos do PAC do governo. Foi negada sua ida a Nova York, mesmo tendo passagens e hospedagem pagas por uma organização de defesa dos direitos indígenas. O motivo oficial da negação de sua ida ao seminário internacional é que ela é funcionária da Fundação Nacional do índio, A FUNAI. A alegação é de que ela não podia falar mal do governo sendo funcionária da FUNAI. Mais um escândalo da arbitrariedade do incoerente governo democrático brasileiro. Motivo real da proibição, é que certamente, Azelene Kaingang iria revelar que o projeto Belo Monte viola direitos dos povos indígenas, que o projeto da usina de Jirau, em Rondônia, já violou os direitos de 2 povos indígenas naquela região e que no Mato Grosso do Sul os índios guaranis estão vivendo vida de desespero, porque fazendeiros tomaram suas terras e a FUNAI e o governo não tomam providência para garantir seus direitos constitucionais. Vários jovens guaranis têm se suicidado por desespero sem terra para viver. Então, foi mais fácil para a FUNAI proibir Azelene Kaingang participar do seminário pra ONU. O governo brasileiro, que já está com a vida complicada pelas demandas feitas pela organização dos estados Americanos; está pressionada pelos processos emitidos pelo Ministério Público Federal, por causa das condicionantes não cumpridas, agora resolve proibir a Indígena expressar a defesa de seus parentes. Triste democracia brasileira.
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.
Obs: Editorial de 18.05.2011
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