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A situação aqui na região está parecendo campo de guerra na Líbia. Caiu ponte em Mojui dos Campos; caiu ponte no bairro Mararu; caiu ponte no bairro do urumari e deve ter caído outras pontes em outras comunidades. E assim também várias estradas e ramais estão intrafegáveis, no São Raimundo do Moju, no planalto Santareno, no Lago Grande do Curuai e, quem sabe onde mais...
A natureza geme em dores de quê? De parto, ou de descuido? dizer que toda esta calamidade é por causa do inverno forte, é ser injusto com a natureza. Esta apenas colaborou para revelar o estado de abandono em que está o meio rural do município.
Já não dá mais par tapar o sol com a peneira. A ponte da ex quase cidade de Mojui já vinha pedindo socorro há vários anos. Dela dependem centenas e centenas de moradores de além Mojuí. As outras pontes que ruiram, certamente já estavam dando sinais de insegurança e as chuvas apenas colaboraram. Os ramais intrafegáveis já estavam mal feitos há muitos anos, sem piçarra, sem canaletas para escoamento das águas de chuva, sem assistência.
A secretaria de agricutura e abastecimento, a tal Semab, tornou-se cabide de emprego em dose dupla.O pequeno produtor rural, que apesar de tudo abastece 4 ou 5 feiras tôda semana na cidade, não é respeitado em sua dignidade. Alimenta a população urbana e é tratado como escravo pelo poder público. Sem assistência técnica que preste,sem estradas e sem pontes. Dizer que tal situação é por conta do inverno chuvoso é brincar de mentirinha com criança,porém,só crianças abaixo de cinco anos ainda se deixam enganar.
O poder público não pode continuar assim, indiferente ou como barata tonta. As consequências serão graves, para a economia do município, para a sobrevivência do pequeno produtor e para a população urbana. Mas também politicamente as consequências serão drásticas para os que pretendem se perpetuar no poder.
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.
