Walter Cabral de Moura
(wacmoura@nlink.com.br)
O silêncio é instrumento
comparável ao esqui –
é passar e deslizar
cuidado aqui, não vá /
cair.
O silêncio é vertigem
ver, ouvir e não falar –
talvez por falto de assunto
talvez por muito sentir /
ainda mesmo que coce
no vão da língua uma impigem.
O silêncio é veludo
que veste de gala e zelo:
parece, pois, desmantelo
um não querer ficar mudo.
No mapa do meu teclado
há um tesouro: o espaço
em
branco
para mostrar
a cor do silenciar.