Célia Cavalcanti
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Tudo aconteceu numa fração de segundo...Ao receber a noticia de que uma amiga havia sido levada de emergência para o hospital, saímos imediatamente de casa para prestar ajuda. Na ida fizemos uma breve parada no Banco para efetuar um pagamento... Minha irmã desce com os documentos do carro, e bolsa... Ao lado uma vaga de carro me sorri, avancei alguns metros, esperei o sinal do guardador que já me conhecia, fiz a manobra ocupando aquela vaga, retirei a chave da ignição, peguei a bolsa e ao abrir a porta, noto um rapaz “gentilmente” segurando a maçaneta para que eu descesse. Percebo então que não era o guardador...Havia uma arma apontada para mim; “-Passa aqui a chave. Desce quieta, sem gritar, vai deixando a bolsa aí no banco...” _Mas meus documentos? Por favor,...”_” Já falei. Deixa tudo aí!“... Sem hesitar, obedeci às ordens do assaltante, que com uma certa tranqüilidade entrou no carro, fechou a porta, ligou o motor, fez a manobra e devagar pegou o asfalto, tudo muito profissionalmente... Permaneci parada, sem nada nas mãos, observando apenas o carro azul que lentamente sumia. No vidro traseiro lia-se o plástico “ A Paz é possível “ Por um instante quase duvidei dessa realidade... Será mesmo possível a paz? Logo depois tive a resposta: Claro! Eu poderia estar morta! Perdi carro, perdi dinheiro, todos os documentos pessoais, mas não perdi a vida, não perdi a calma, mantive a paz... O que realmente vale, me restou.
Obs: Imagem da autora.