Edilberto Sena *
Assim diz o ditado popular bem significativo. Em época de campanha política é mais quem ambiciona ser governador(a), prefeito(a) e outros cargos eletivos. E quem não é eleito corre atrás de um cargo
compensador. Depois de eleitos, os executivos passam a dizer aos eleitores que não há verba pra isso e nem pra aquilo. Mas encontram verbas para festejar aniversário da cidade, apoiar times de futebol, etc. As prioridades mais coletivas e para melhoria de vida vão ficando em atraso com desculpa de que não há verba.
Mas os tempos estão mudando, tanto o inverno que já dá sinal de vida e de chuva, como o tempo do conformismo popular. Os produtores familiares da região Santarém-Jaboti estão mandando recado aos
secretários, de infraestrutura, de abastecimento e ao secretário de planejamento, começando por este último.
Quem sabe qual é o plano para recuperar de fato, os ramais dos municipais? Durante o inverno passado a desculpa eram as chuvas. As máquinas ficaram paradas, certamente a verba do orçamento anual ficou
no banco, na conta da prefeitura. Veio o verão, 4 meses com pouca chuva, mas ao ramais não foram recuperados. Os produtores, com razão, querem saber onde ficou a verba do orçamento que não foi usada durante o inverno. E qual é o plano de recuperação dos ramais nestes dois meses de menor chuva?
Prometem diálogo franco, sem subterfúgio, caso contrário os prejudicados vão partir para resistência mais firme. Hoje em dia, o caminho é esse, resistência firme, como estão fazendo os professores do Estado e outras categorias de trabalhadores, índios, ribeirinhos e mulheres. As autoridades foram eleitas para servir aos cidadãos e não para se servir do cargo. Os produtores rurais estão mais que certos. O recado é o seguinte: quem não pode com o pote, não pegue na rodilha.
Já está lamentavelmente comum os políticos em tempo de campanha fazerem promessas e promessas, já sabendo que não cumprirão. A este ponto chegou a falta de ética nas relações dos servidores eleitos com
a administração da coisa pública.
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.