Edilberto Sena *
Finalmente grupos e organizações que amam a ética no Brasil, se levantam contra a imoralidade publica, inclusive em Santarém. A marcha contra a corrupção reuniu ontem vários grupos em várias cidades do país. Foi o grito por justiça e ética nas relações humanas, na administração pública, na defesa do patrimônio nacional. Já não dá mais para se suportar calado e humilhado a corrupção em praticamente todas as esferas do Estado brasileiro.
O desvio de dinheiro público é revelado, comprovado e os políticos “ficha suja” continuam protegidos por seus colegas de parlamento e por juízes de vários tribunais. Criminosos de alta periculosidade são absolvidos, ou seus processos são engavetados, acobertados por advogados competentes, mas antiéticos; aqueles que têm dever de proteger a constituição e os direitos humanos aparecem como acobertadores de crimes do colarinho branco. A corrupção se tornou pandemia no Brasil e no Pará com especialidade.
Prendem ladrão de supermercado, que leva um quilo de arroz, ou bolacha e deixam livre o assaltante do dinheiro público. Quando agora descem críticas à imoralidade de tantos juízes, a corporação vem com fúria ameaçando quem os critica. Por isso, a marcha contra a corrupção ontem foi o primeiro passo.
Não se pode ficar intimidado por associação de juízes que em vez de afastar colegas corruptos, quando muito os aposentam por terem sido injusto.
Não é suficiente, mas é importante esse clamor da marcha em várias cidades. Ela poderá e deverá se repetir e em mais cidades e vilas. Mas não será suficiente. O cinismo dos corruptos está tão forte que outra ação mais radical precisa ser tomada. Uma nova constituição precisa ser construída urgentemente, porém, não elaborada pelos atuais políticos e administradores do Estado, nem mesmo juízes.
É preciso se exigir uma constituinte independente, eleita com pessoas ficha limpa da sociedade civil, só para construir a nova constituição. E o critério essencial para os candidatos à constituinte é o atestado de ficha limpa, incluindo o histórico de seu passado. O Brasil carece de um banho de moralidade. Chega de impunidade!
(13/10/2011)
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.