segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O VÁCUO SENTIMENTAL DE DIÓGENES DE SÍNOPE


Betto Santos*
robertosantos@mail.com


Por cinco anos de dor constante
Retorcida no profundo abismo
Na concebida escuridão, antes,
Em outro tempo [No egoísmo!].

Jogando-me nas paredes e nos espinhos
Fugindo em desespero, na cólera,
Temendo o espelho. Longe de ser lúcido

Espelhos espinhos; longe de ter,
Longe de ser só, retorcido em si,
Distorcido em dó, vagando em que?
Destinado ao pó, solo em si.

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Tem uma história sobre os deuses gregos... Eles estavam entediados, então inventaram os serem humanos. Mas continuavam entediados, então inventaram o amor. Então já não estavam mais entediados, então decidiram tentar o amor para si mesmos. E, finalmente, inventaram o riso, para que pudessem suportar o amor.
Vendo que estavam sem saída, inventaram o tempo e a poesia. Tudo ia bem, até que um dia um deus poeta e com fama de paciente decepa seu próprio abraço, propositadamente. Ao ser questionado, ele responde: “Queria sentir em meu corpo uma dor maior do que a que sinto em meu coração”. Então, inventaram o cinismo.