segunda-feira, 26 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO: IMPORTANTE OU PRIORITÁRIA?


Ronaldo Coelho Teixeira
http://ronaldo.teixeira.zip.net/
ronteixeira@bol.com.br


Essencial! Assim poderíamos definir – antes de tudo – a real necessidade da educação num país com o intestino à mostra feito o Brasil. Pois se olharmos no Aurélio, veremos que ambos os adjetivos propostos nessa crônica têm também como significação esse termo.

Ainda no mesmo dicionário, vamos encontrar que educação significa o “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. E aqui encontramos outra palavra chave: integração. É mais ou menos o que Ariano Suassuna quis dizer no seu romance “A Pedra do Reino”, do qual peguei o mote e fiz o poemeto que segue, intitulado “Baladinha do Decifrador”: Nessa vida só vale / o que por você for decifrado / o resto é um jogo da hipotenusa / elevado ao quadrado.

Sim, só somos senhores daquilo que entendemos, que deciframos. E a educação é ferramenta fundamental nesse processo. Pois no aspecto da integração individual, só crescemos à medida que conseguimos “ler” o mundo, passando a nos tornar melhores e mais capazes em nossas tarefas e ações diárias. Idem no relacionamento com o outro, porque passamos a percebê-lo, ou seja, compreendemos melhor porque às vezes alguém chega até a ponto de nos prejudicar.

E na integração social, melhoramos como verdadeiros agentes da cidadania, porque passamos a cobrar e a fazer valer os nossos direitos, tão usurpados neste país de uma sempre velha e nefasta política corrupta. E, é claro, evoluímos também no sentido de nos portarmos como verdadeiros cidadãos, ou seja, passamos a ser mais gentis, respeitamos melhor o meio ambiente e não agüentamos mais calados, tanta corrupção e desmando.

Porque no Brasil de hoje, o analfabeto encontra-se de antemão alijado do processo social, enquanto que o alfabetizado é alvo fácil da saraivada de dados alienantes, despejada diariamente pelos meios de comunicação de massa, estes que geralmente estão a serviço dos que querem alienação e consumo, e não educação.

Por fim, num país tão rico em recursos animal, vegetal e mineral, e de proporções continentais feito o nosso, mas onde o analfabetismo e a miséria grassam nos grotões da sub-cidadania, não importa o adjetivo que se dê: importante, prioritária ou essencial. Num país assim, educação verdadeira é e sempre será para ontem


Obs: Imagem enviada pelo autor.
Texto retirado do livro do autor – Surtos & Sustos.