domingo, 7 de agosto de 2011
É FÁCIL SER FELIZ, MAS O QUE É FELICIDADE?
Edilberto Sena *
edilrural@gmail.com
Até parece brincadeira o projeto de lei do senador Cristovão Buarque, para que entre na Constituição Nacional, a busca da felicidade. Pelo contrário, tem muito sentido garantir esse direito a todo cidadão brasileiro. É um absurdo que num país tão rico e produtivo como o Brasil, existam 50 milhões de pessoas que vivem na miséria. Como ser feliz vivendo com cinco reais por dia?
Como garantir felicidade a tanta gente, se tantos gastam boa parte de suas vidas em filas de hospitais, de bancos e de órgãos públicos?Como gerar felicidade se, enquanto o governo decide facilitar a vida de latifundiário do agro negócio declara tentar tirar da extrema miséria 16.2 milhões de brasileiro e esquece os outros dependentes do bolsa família? Não realiza uma reforma agrária que distribua as terras improdutivas para os sem terra trabalharem e sem isso não consegue dar felicidade a estes.
Há uma cantiga que diz que é fácil ser feliz, basta pensar e agir em favor dos outros e do bem comum, que esta é a intenção do senador. Como rezava Francisco de Assis - “Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, é amando que se é amado”. Se o projeto de lei do senador Buarque for aprovado e fizer parte da constituição, haverá outra luta para ela ser praticada.
Para abrir caminho para a felicidade da maioria dos brasileiros, terá que diminuir bastante os salários dos políticos com mandato, as autoridades serão obrigadas a consultar a sociedade organizada para aplicar os recursos arrecadados pelos impostos que saem do bolso do povo; os governos terão que aplicar muito mais recurso em escolas, hospitais, saneamento básico, geração de empregos, construção de casas populares, tudo isso para facilitar a busca da felicidade de muitos que vivem angustiados por falta de uma ou várias destas necessidades básicas.
É verdade que só isso não gera felicidade, mas ajuda e será o dever do Estado fazer sua parte. A outra parte será das pessoas se converterem e porem em prática a oração de São Francisco de Assis. Assim, o projeto constitucional do senador, que parece ilusório é sim urgente e necessário, não acha?
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.
Leia mais textos de
Edilberto Sena