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Dizem que as árvores desabaram ao não suportarem tantas melancolias e acolhidas ingratas entre fuligens e solidão. Contam que o vento, por amor, resolveu empurrá-las para fora da terra, arrancar-lhes pela raiz e deixá-las sucumbirem no asfalto. Falam mesmo que a chuva apenas serviu para lavar as lágrimas que ainda escorriam de algumas delas. Narram ainda que a noite se fez mais escura para que elas pudessem dormir sem sussurros, somente no doce sonho de não mais sofrerem. E assim ficaram deitadas e deitadas permaneceram até que os humanos chegaram para cortá-las e levá-las para participarem de outra história, talvez mais triste.