Zeca Paes Guedes
Contente por receber uma nova visitante em meu antigo blog, tratei logo de retribuir a visita, sendo recepcionado por um belo, triste e trágico poema. Aproveitei o "gancho" e resolvi escrever um texto a respeito do que li. Como existem algumas coisas com as quais nossos pensamentos não combinam, deixarei de citá-la e ao seu blog. Mas não deixo de indicar que o texto foi inspirado em um poema lido no blog que visitei. Serão apenas os meus pontos de vista ali colocados, nada pessoal, pois respeito sua maneira de ver e perceber o mundo. E apenas divergimos em alguns pequenos pontos. Peço a ela que não fique sentida comigo. E que procure entender-me. Eu continuo achando que foi muito bom ela ter chegado lá ao acaso, pois me deu oportunidade de também chegar até ela.
O nosso mundo, infelizmente, é assim: assassinatos, roubos, drogas, sexo pago ou obrigado, governo corrupto e tantas outras mazelas. Política, educação, saúde, respeito, vergonha, são todos artigos em falta, há já tanto tempo! Tanto que nem sabemos se um dia poderemos ter tudo isso de volta...
Os pais e as mães, alguns, à procura de emprego, com um salário vil que mal dá para colocar um pão sobre a mesa. Outros, se virando como podem na tentativa de conseguir algum, qualquer um, que lhes permita levar, às vezes, algo para os familiares. Outros ainda, seguindo os exemplos dos poderosos e tentando se dar bem, levando algum não tão honestamente, e nem sempre para o pão, muitas vezes para outros vícios. Existem ainda aqueles que, sem resquícios de esperança, se voltaram para o mais fácil e estão lá, no início do texto, roubando, matando, criminalizando. Sem contar aqueles que cafetinam suas próprias esposas na venda do corpo, ou então, a si próprios, em busca do vil metal.
Os filhos? Muitos, abandonados, sem alimento, sem saúde, sem instrução ou educação, logo seguirão os caminhos dos pais e dos demais que lhes são próximos. O caminho para o mundo do crime é, muitas vezes, a única opção - talvez uma das mais fáceis. Ou não. As escolas? Em geral abandonadas à própria sorte ou ao apego heróico de professores mal remunerados e desrespeitados, que se batem atrás de alguma solução, muitas vezes sem encontrá-la. Exercícios de cidadania? Não se ouve mais falar nisso, a não ser em discurso de políticos às vésperas de eleições.
E quando se fala nessas pessoas, pais e mães que não sabem mais cumprir seus papéis, bandidos que matam, roubam, enganam, seduzem, mentem, não estamos classificando-os conforme sua orientação sexual, cor da pele, religião ou local de nascimentos. Fazem parte todos de um mesmo saco de criminosos, onde se engalfinham brancos, negros, vermelhos e amarelos; árabes, judeus, chineses e japoneses. E também alguns gays e lésbicas. Por que não? Não são apenas os heterossexuais, ou os homens, ou as mulheres que detêm o direito de ser criminosos. Todos, sem qualquer exceção o podem ser.
Gays e lésbicas? Grande parte deles são apenas seres humanos que estudam, trabalham, pagam impostos, consomem, têm dinheiro, ou não têm, sofrem, se divertem, têm saúde ou ficam doentes, amam e são amados, têm pai, mãe, parentes, são solidários com outros seres humanos, votam, elegem, têm religião, convivem em sociedade (quando não são rechaçados) e procuram viver com o máximo de dignidade que conseguem num mundo de excluídos, de humilhações, de preconceitos e pré-conceitos. Existem outros, diferentes, que se igualam aos pais e mães mencionados acima. Mas isso mostra que todos são iguais perante a raça humana.
Existem os bons e os maus, os "do bem" e os "do mal", como em todas as culturas, raças, cores e diversidade sexual. Existem ainda os homens e as mulheres, os negros, os índios, os deficientes físicos (nem sei mais se ainda é correto chamar os portadores de algum tipo de deficiência assim...), os árabes, os judeus, os japoneses, os chineses, os americanos, os europeus, os lunáticos... etc., etc., etc.. Todos são iguais perante a raça humana. Muda a cor da pele, o formato dos olhos, alguns traços físicos. Uns têm pênis, outros vaginas e seios. Mudam as religiões, os costumes, as histórias, as experiências. Mas todos são seres humanos que estudam, trabalham, pagam impostos, consomem, têm dinheiro, ou não têm, sofrem, se divertem, têm saúde ou ficam doentes, amam e são amados, têm pai, mãe, parentes, são solidários com outros seres humanos, votam, elegem, têm religião, convivem em sociedade (quando não são rechaçados) e procuram viver com o máximo de dignidade que conseguem num mundo de excluídos, de humilhações, de preconceitos e pré-conceitos. E tem também os que se comportam diferente, como os pais e mães mencionados lá em cima, lembra?
Ficou repetitivo? Desculpe, essa foi a intenção. Ou melhor, foi para chamar a atenção.
É um lembrete para que não caiamos na armadilha fácil de discriminar, de julgar, de desrespeitar uma minoria, qualquer que seja ela. O respeito entre os seres humanos, a compreensão e aceitação das diferenças, podem ser os primeiros passos para que possamos resgatar tudo aquilo que temos perdido ao longo dos anos. E passarmos essas idéias de igualdade, de fraternidade, principalmente de respeito pelos seres humanos, mesmo que sejam diferentes de nós. Que não pensem ou não ajam como nós. Ou como nós desejaríamos que pensassem e agissem.
Eu sou como sou. Você é como é. Ele (a) é como é. Nós somos como somos.
Cada um de nós carrega qualidades e defeitos. Cada um de nós vê e vive a vida do seu próprio jeito. E nenhum de nós gosta que nos digam como deveríamos ver e viver nossas vidas. Se nos respeitarmos como simples humanos e mortais que somos, todos teremos muito a ganhar. O respeito, a honestidade e a solidariedade são armas poderosas contra os desonestos, monopolizadores, adúlteros, mentirosos, preguiçosos, sem opinião, sem valores morais, corruptos, ladrões, assassinos, espertos e toda essa canalha que desrespeita a todos, absolutamente todos, sem qualquer preconceito ou discriminação.
Se soubermos colocar o amor incondicional ao próximo em nossos corações, estaremos combatendo também os pornógrafos da net, esse mundo podre, fétido, promíscuo, imoral, devasso...
E se Deus é o Pai Amantíssimo, ele criou toda essa diversidade humana. E lhe concedeu o poder do livre arbítrio, onde cada qual escolhe o caminho que deseja seguir. O que virá depois, eu não sei... acredito que apenas Ele o saiba!
E eu, quem sou para julgar o meu próximo, apenas por ser e pensar diferente de mim?
Obs: Imagens enviadas pelo autor.