domingo, 17 de julho de 2011

UM PAPO COM MINHA CONSCIÊNCIA


Deborah Viégas
deboracomhviegas@gmail.com
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— Sinto-me bem, manifesto risos, transmito felicidade: Mas que boba! Por um mero segundo me senti descontraída, talvez até desimpedida. Mas, ah! Será que não falei rápido demais? Oh, cruel apontamento! Retornaram-me lembranças indesejáveis, as quais não quero aqui em minhas memórias, saia! Por quê tu és tão surda, mente louca? Obedeça-me. Favoreça meu armazenamento de experiências vividas apenas para as boas, insolente! Elas sim são uma dádiva que faço eu questão de recordá-las. Não quero mais que me persigas. É, meu passado condena-me sim, e agora entendo a intensidade do acaso. Quero me libertar desta, e aquela, me diga como. Infelizmente, esta seria supostamente a lei da vida? O futuro transforma-se, melhora-nos e amadurece por consequencia do passado ao qual se intensificou em um presente desnorteado, num espaço pequeniníssimo de tempo, tão ingênuo, que só se reconhece depois, por fim, aprendendo-se com este.


— Fique tranquila pois vou te lembrar desse dia todo o tempo, querida, vezes e vezes. Você, não poderá mudar de forma alguma o que ocorreu. Não. Estais presa, presa nesta sua recordação involuntária, ordenada por mim. Eu, sua consiência, não estou aqui por ser cruel, acredite, meu intuito é te ajudar; não te deixarei sozinha, estarei ao teu lado nas horas mais inesperadas, te lembrando, te lembrando... E não ache que não contando a ninguém, nem mesmo ao seu melhor amigo, poderá resolver o caso. Sempre alguém possui conhecimento de, para não deixar-te sair deste labirinto interminável: Eu e o protagonista do acaso. Apareço, porque você precisa lembrar sempre... Garota Ingênua, precisa arrepender-se. E nunca mais o fazer.

És prisioneira de tuas súbitas verdades.


Obs: Imagem enviada pela autora.