Célia Cavalcanti
(cglcavalcanti@terra.com.br)
Estou aqui vendo o sol que se despede desse dia... Mais um dia difícil, que ao amanhecer me trouxe a dor como um “bom dia”... A dor que ontem já era bem forte e que surgiu antes de ontem... No horizonte que ainda vejo da minha varanda, por enquanto, pois novos prédios estão surgindo encobrindo essa linda paisagem, o céu está dourado... Um abóbora forte que se dissolve em verde claro quase azul confundindo-se com a real cor do céu... O coração bate ora forte, ora fraco...
Ah esse coração que já não é mais de criança, pois carrega experiências, marcas, inseguranças, carências e um desejo de ser bom. Como seria bom se todos se amassem! Há dois dias sofri uma grande decepção e me senti tão minúscula tão pequena, tão incapaz ... Como foi, como é difícil perdoar... Como é difícil responder ao mal com o bem! Lá longe o sol já se foi... As poucas arvores agora são negras. Algumas luzes dos prédios se acendem rompendo a escuridão da noite, enquanto eu tento com esforço manter acesa a minha luz interior que fumega, mas não se apaga.
Há momentos que não se consegue saber ao certo o que fazer. Que atitude tomar. Tudo pode ser interpretado como um gesto de amor ou não. Depende da pureza do coração. Hoje decidi mais uma vez, entregar-me a Deus. Deixar que os seus braços me abracem e me conduzam na dança, passo a passo mesmo sem ouvir a música...Hoje eu Lhe disse e Ele sempre soube que não sei dançar...Entrego-me e deixo que Ele me conduza, momento por momento, instante, por instante...Quem sabe não será essa a essência do viver o momento presente?
Obs: Imagem enviada pela autora.
