Malu Nogueira
(alines.veras@hotmail.com)
Asneira querer um amor assim,
Que se encanta por nuvens furtivas,
Que falseia seus passos em festim
E fustiga sem piedade, em alcovas festivas,
Amor ingrato esse, que se acelera em fantasia,
Na vontade que marca e volta,
Nas travas que balançam a cada borboleta,
Ah, essa partilha me revolta
Na tarde primaveril
Embota o sebo pensante
Onde só fica a carne pulsante
Inerte a dor pueril
Que rompe minha alegria
E agiganta a solidão estendida na minh’alma.
Retiro esse perfume que não me acalma.
Por que me alucina esse amor dissoluto?
Volta.
Entra.
Beija-me nesse querer bruto.