domingo, 13 de março de 2011

MEL AMARGO


Vilmar Locatelli
( vlocatelli@hotmail.com)


Que seria de mim
sem poder sentir o sol
que queima meus poros
Se eu não pudesse saber
que a existência não termina aqui
que a vida
é mais que derrotas

Não viveria certamente
como não vivo
quando as decepções me mostram
a mesquinhez das aventuras
a falsidade das ternuras
que o teu amor
tirando as torturas que fazem a mim
nada mais persiste
desaparece

Não sei porque esta infame
emoção continua aprisionada
em meu peito
Não sei porque esta ilusão não
diz que é passageira
deixando-me sentir
pelo menos um instante a certeza
que nada é concreto
que o correto é sempre relativo

Não há mais sol
mesmo o sal que dá gosto a tempo terminou
a alegria que era falsa
se transformou em constante amargura
de ainda ter na boca o gosto do mel
que amargo ficou com a tua ausência