domingo, 6 de fevereiro de 2011

APARÊNCIAS

Malu Nogueira
(alines.veras@hotmail.com)


            Aparentar ser o que não é, fingir para não desagradar, ou porque é a melhor maneira de conseguir alguma benesse ou para esconder algo que não tem coragem de revelar, são comportamentos abomináveis e só fazem prejudicar a reputação de quem assim procede, por tirar a simplicidade advinda da maturidade.
            Como as aparências enganam, mesclam de vergonha quem não vive delas.
            É o homem travestido de lobo.
            Nunca o ser humano deveria se esconder sob falsas aparências, mostrar sorriso quando chora por dentro, mostrar felicidade quando está sangrando de tristeza. Mostrar alegria quando as lágrimas assolam os olhos. Cantar, quando por dentro só saem gritos de aflição.
            Quão difícil é para uma pessoa íntegra viver com uma aparência que não é a sua.
            Melhor seria externar sua real aparência. Limpa, verdadeira, daí então, seríamos felizes e curtiríamos mais a nossa aparência despojada da máscara que a sociedade nos faz usar diariamente. Essa é a imagem que as pessoas com as quais interagimos esperam ver em nossos semblantes: transparência e verdade.
            Precisamos ser corajosos e assumirmos nossas posições sem medo de desagradar a quem quer que seja, fazendo da autenticidade nossa bandeira libertadora da ditadura da aparência.
            Precisamos ser visíveis, para sermos respeitados, pelas atitudes verdadeiras e pelo respeito que devemos ter pelo outro.
            Devemos ser verdadeiros, isso basta.
            Se alguém não está satisfeito com essa aparência hipócrita, ouse e mude, torne-se sincero e se lembre desta frase de Saint Exupéry: “Para enxergar claro, basta mudar a direção do olhar”.