resomarOnde está a inconsolável dor que imaginei murmurar em tua alma?
Teu olhar grisalho na calçada molhada embriaga o tempo ensombreado em busca de um ombro,
pensamento a compor versos e encantos...
Onde está a ternura de tuas mãos que entrelaçaram a solidão exposta em um chão rachado de lágrimas e fome?
O esquecimento de possibilidades enterra a coragem de ser e o medo esperneia em palavras vazias...
Onde está tua outra metade que um dia foi minha,
inquietudes feridas, labirintos sonolentos?
O amor ecoa em aprendizagens,
aparentes loucuras,
gestos ousados imersos no silêncio de sonhos...
Onde está a vida que sopra em faces feridas,
moedas entregues para esvaziar o excesso,
consciência aliviada,
sorrisos falsos estampados nos jornais?...
Onde está o ser que finge não-ser,
ou o ramo desgarrado invadindo a grama,
campo de esperança aos que prosseguem na transformação?...
Na neblina de gestos e temores,
segura em minha mão...
O entardecer nos fará interromper o sussurro da solidao...
A ousadia nos revelará o amor ainda que as rugas e turbulências tentem provar o contrário...
Viver é cerrar as pálpebras empoeiradas carregando o brilho que importou!
28.12.2010 – 20:56h
Obs: Imagem formatada por mis e retirada do e-book da autora: Pedaços de mim...