sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

NO TEMPO

Gerson F. Filho
gersonsilva@globo.com


Que digam! Ele falou de amor.
Que navegou as incertezas,
Que viveu como desbravador.
Que sobreviveu às tristezas.

Onde o carinho foi dispensado.
Onde as palavras se perderam,
Onde o argumento foi rejeitado,
Onde as minúcias se ofenderam.

Para remissão das ausências.
Para a inclusão de um perdão.
Para diluir tantas conseqüências,
Para a alma; tempo e coração.

Que digam! Na aridez do deserto,
Houve um momento de emoção.