Canta a excelência dos mortos.
Canta o sentimento dos desesperados e inconsoláveis.
Canta a voz banhada em lágrimas.
Canta a hora fúnebre do enterro.
Canta o triste canto de (espera)nça dos desolados
em todas as tonalidades musicais.
Canta no canto escuro da casa onde a dor procurou se esconder.
Canta a voz que não quer mais cantar de tanta tristeza.
A alma partiu.
Ficou o corpo,
frio,
empalidecido,
imóvel.
A alma finalmente libertou-se das amarras do corpo.
Desceu ao túmulo a carcaça do corpo vazio.
Canta a separação definitiva.
(10.04.2007 – 17:15h – Carpina /PE)