Edilberto Sena *
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Podem ser dadas diferentes explicações para o fato que a ponte do bairro tenha sido recuperada em pouco tempo. Ela esta destruída há mais de seis meses por veículos pesados. Teria sido esforço da Secretaria de Infra-Estrutura do município... Teria sido a dedicação do vereador popular... Teria sido o momento sedutor das eleições... Teria sido isso e aquilo.
Uma explicação deve ser considerada como fundamental, a forte pressão da associação de moradores junto com a indignação dos moradores dos outros bairros que estavam prejudicados pela ponte deteriorada.
Cada dia fica mais evidente que as melhorias sociais só acontecem com a pressão e resistência dos grupos organizados. Melhor ainda, quando o grupo organizado já adquiriu consciência tanto de seus direitos, como da capacidade de negociação e enfrentamento a quem tem dever e não cumpre. Há organizações que, por falta dessas duas capacidades não conseguem avanços.
Sindicatos por exemplo, há vários deles que não lutam pelo bem de seus associados. Não têm presença na sociedade. Por outro lado, associações de moradores, há umas mais ativas e conseguem avanços. Aquelas organizações paradas são assim porque seus membros ainda não adquiriram consciência cidadã, querem os benefícios, mas não têm interesse em participar das discussões, dos encontros. Aí, líderes incompetentes permanecem nos cargos de direção, usufruem de algum benefício que apareça e mantém o sindicato, a associação ou grupo sem força.
O caso da pronta recuperação da ponte do Urumari em Santarém é exemplo de que o povo esclarecido e organizado faz milagre. E assim poderá haver avanço no desenvolvimento humano quando funcionarem bem, os conselhos Municipais, o orçamento participativo, as prefeituras e os organismos públicos.
Na medida em que a sociedade civil toma consciência de seu poder e os grupos e organizações populares lutam com objetivos definidos, a política do bem comum muda de rumo e a democracia funciona. Não é verdade?
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.