domingo, 14 de novembro de 2010

BAIXO NÍVEL DE EDUCAÇÃO É O CALO DO BRASIL



Edilberto Sena *
edilrural@gmail.com


O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD acaba de publicar a lista de 169 países pesquisados sobre desenvolvimento humano. O Brasil está em 73º lugar, abaixo da Argentina, Chile e Peru. Um dos motivos desse baixo índice de desenvolvimento humano é o atraso na educação. Mesmo com o esforço de colocar todas as crianças na escola desde os seis anos, a desistência no meio do caminho e a pouca assimilação do aprendizado levam os que chegam ao nível médio a terem insegurança nos assuntos que estudaram.

O Ministério da Educação criou justamente um medidor dessa capacitação, o Exame Nacional do Ensino Médio-ENEM. Hoje Quatro milhões de jovens concluintes do ensino médio estarão enfrentando a prova do ENEM, uns nervosos, outros, nem tanto, mas pela falta de ambição na vida. Os resultados de anos anteriores têm sido tão baixos, que explicam a inferioridade do Brasil no índice de desenvolvimento humano. Certas Universidades como a UFOPA em Santarém aproveitam o resultado da prova do ENEM para substituir o vestibular. Ainda não se sabe se é uma boa troca de funil.

Os candidatos à Universidade, devido à falta de prioridade da educação nos governos Nacional e Estadual, são obrigados a se submeterem ao funil de seleção. Tanto o vestibular, quanto a prova do ENEM são um martírio para os jovens aspirantes. Devido à grande quantidade de jovens candidatos, a falta de vagas suficientes e o baixo nível da educação nos ensinos fundamental e médio, as universidades comodamente têm esses dois funis de seleção. A maioria dos candidatos fica de fora da Universidade a cada ano.

O novo governo eleito está prometendo priorizar a educação. Falta definir o que isto significa, desde o ensino fundamental até as mudanças profundas nas universidades. Não uma experiência pobre como a que está ocorrendo na Universidade Federal do Oeste do Pará. O que é mais urgente comprar aviões e tanques de guerra para as forças armadas, construir grandes hidroelétricas na Amazônia, ou investir na educação? O que é mais importante, criar universidades para formar mão de obra aos grandes projetos econômicos na região, ou criar universidades que que desenvolvam os talentos científicos dos jovens?

A prova do Enem de logo mais irá revelar a urgência de priorizar a educaçãorevelando o nível do conhecimento e capacidade de criar ideias nos candidatos à universidade.


* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.