Edilberto Sena
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Quando a sociedade era mais modesta e o consumismo capitalista ainda não tinha chegado ao grau de sedução de hoje, os rios eram mais limpos, o lixo era menos perigoso e a vida, mais saudável. Nas tabernas e mercearias se usava o papel de embrulho, sacos de papel, cestos de talas para ir ao mercado, os sacos para fardos de açúcar eram de algodão e os de café eram sarrapilhas.
Não é que se queira hoje voltar ao tempo antigo, mas a situação do consumismo está chegando ao limite da responsabilidade com a mãe natureza e com a vida humana. Pessoa que ainda não tomou consciência dos impactos negativos do uso do plástico pode achar bobagem o combate ao saco plástico. Mas avalie um só exemplo: um pacote de bolacha Maria vem com três ou quatro pacotinhos com bolacha, embalados em plástico, que vem dentro de outra embalagem plástica. O freguês compra um pacote de bolacha no mercado que vem dentro de outro saco plástico maior.
Ao consumir as bolachas, onde a pessoa deposita os vários plásticos? joga no quintal ou queima, ou bota em outro saco plástico e leva para o carro do lixo. O que vai acontecer? Aqueles plásticos vão para um lixão se juntar com milhares de outros plásticos que levarão 100 ou 200 anos para se desfazerem.
Em março deste ano, a Câmara de vereadores de Santarém aprovou uma lei que substitui o uso da sacola plástica por sacos biodegradáveis. Agora a lei deve entrar em vigor. Tanto os consumidores quanto os comerciantes devem se adequar à nova lei e substituir sacos, copos e outros plásticos. O compromisso é que as lojas não utilizem os sacos plásticos não degradáveis. Se todos levarem a sério, o mundo será melhor.
A poluição ambiental está chegando a um ponto em que as conseqüências de mudanças climáticas se tornarão irreversíveis. Todos pagarão um alto custo em termos de vida e não apenas de bem estar. Por que esperar até o sem retorno?