Malu Nogueira
(alines.veras@hotmail.com)
Velada, inconveniente ou forte, a palavra tem o poder de construir ou destruir.
Somos refém dela, desde sempre. Ela nos chega devagar ou aos borbulhões. Vem. Envolve. Evapora. Explode.
Vinda com sabedoria, engrandece quem as pronuncia. Quando vem com leviandade, deixa um rastro de destruição difícil de ser consertado ou, talvez, a destruição seja letal, dada à força dessa palavra trazida ou levada pelos ventos da discórdia ou da união.
Quem sem sigilo ou resguardo deslizou palavreando, torturando sem mistério ou queixume, não combatendo o bom combate, devia se acautelar, pois “palavras inadequadas muitas vezes geram pensamentos enganosos”, como bem o disse Herbert Spencer. E nas relações interpessoais, lutamos com palavras proferidas, que não têm corpo material, porém são mais fortes que um tufão, porque podem ser ouvidas nos quatro cantos do mundo.
Devemos ter humildade. Respeitar a palavra, que atinge o homem no seu âmago. O pensamento intempestivo, quase nunca deve ser verbalizado. Por isso devemos lutar contra a inconseqüência do tempo, para sermos experientes e sábios, captando a essência de cada palavra dita, até no ultimo suspiro dado, na ultima palavra proferida, colhendo as palavras saídas de bocas limpas e abençoadas.
Aqui recordo o poeta Drumonnd quando categorizou: “Lutar com palavras é a luta mais vã”.