Edilberto Sena
(edilrural@gmail.com)
Alguém poderia perguntar sobre o que tem a ver religião com política? Por que a Igreja se preocupa com o processo eleitoral, se o estado brasileiro é laico e não se mete nas coisas da Igreja? A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB explica que é seu dever orientar, não apenas os católicos, mas todos os e as eleitoras brasileiras sobre a necessidade de se escolher bem os que receberão seus votos. Afinal está em jogo o presente e o futuro do país.
Votar não pode ser uma questão de simpatia, de pagamento de favor, ou de paixão partidária. Votar é um dever ético e moral. Infelizmente a vida política tem sido desgastada pelos desvios da moralidade por muitos políticos, ao ponto que obrigou a sociedade organizada a promover um grande abaixo assinado que levou o Congresso Nacional a criar a lei da ficha limpa. Daí que os bispos da CNBB decidiram promover um debate com todos os candidatos à presidência da República no próximo mês de setembro, antes das eleições. Mesmo que outras organizações de televisão já tenham suas agendas de debates e entrevistas com candidatos, o bispos sentem necessidade de organizar um debate debaixo da ótica da moral cristã.
Como os candidatos mostram convicção sobre enfrentamento de desafios nacionais a exemplo da reforma agrária, a reforma da educação, a sustentação do sistema único de saúde, a moralidade dos serviços públicos? Esses entre outros desafios que têm permitido o Brasil crescer economicamente e continuar com a mais escandalosa desigualdade social do planeta.
Será um debate para toda a nação poder escutar, ver e tirar conclusões para sua decisão de votar certo no dia 03 de outubro. O e a eleitora que acompanhar o debate poderá ampliar sua capacidade de escolha entre os candidatos à presidência da república, observando como eles respondem a questões de programa de governo, ideologia que seguem, etc. Certamente que muitos eleitores ainda estão bastante confusos e indecisos, uns até pensando em votar nulo ou em branco. Acontece que fazer isso isoladamente é enterrar a cabeça na areia como faz a avestruz diante do perigo. O que não evitará que um seja eleito e até venha a prejudicar mais a democracia brasileira. A omissão do eleitor pode ser responsável por prejuízos à população.
Também o critério de mais apresentação na propaganda na televisão e rádio não pode ser válido para se pensar que o melhor é o que mais aparece. Quem mesmo tem ficha limpa? Quem mesmo revela maior competência política e mais responsabilidade com a distribuição da riqueza do país com a maioria da população? Quem mesmo defende a população e a natureza amazônica? Pois quem defende construção de tantas mega hidroelétricas na Amazônia não merece voto de eleitores da região. Por isso, será importante acompanhar aquele debate que será promovido pela conferência dos bispos do Brasil. Falta ainda a data, o horário e os canis de televisão e rádio que transmitirão desde Brasília. É aguardar e participar.