Edilberto Sena
(edilrural@gmail.com)
Os direitos de livre pensar e se expressar estão garantidos na constituição brasileira. Embora que vale também o ditado – “quem diz o que quer, se obriga a ouvir o que não quer”... O presidente da república brasileira tem dito muitas coisas que são insanidades, não cabendo bem na boca de um chefe de Estado. A mais recente afirmação descabida ocorreu nestes dias, justamente em relação à Amazônia, mais precisamente sobre o caso do obstinado projeto hidroelétrico de Belo Monte, no rio Xingu.
Disse o lustrado presidente que “será um movimento insano não construir a usina de Belo Monte...”. Insano, no dicionário quer dizer – irresponsável, doido, mentecapto. Afinal, quem é insano neste controvertido projeto? O bispo do Xingu? Os índios Kaiapó, Jurunas, Xicrin e demais povos indígenas da região? Os amazônidas que defendem a vida e combatem a estúpida obstinação de quem quer a todo custo, construir a hidroelétrica de Belo Monte mais cinco outras na bacia do Tapajós?
O presidente desvia o argumento da insanidade, ao comparar custos de energia gerada por fontes, eólica e solar, com a energia hídrica. Mas para os amazônidas conscientes e realistas, com sanidade mental, o presidente vagueia em sua argumentação para justificar o injustificável, que se for construída a usina de Belo Monte será um desastre econômico, social e ambiental, porém ele decidiu arbitrariamente que tem que ser construída.
As razões para o ser contra tal projeto são claras, Belo Monte não pode ser construída por ser crime contra a o rio, a natureza e os seres humanos da região. Não adianta argumentar que é mais barato do que a energia solar, quando o desastre irreversível à região está comprovado por gente competente e honesta. Quem afinal é insano nesta estória de hidroelétricas na Amazônia? Os que defendem a vida e a região, ou os que obstinadamente insistem em construir hidroelétricas para grandes empresas e para o tal crescimento econômico, sem desenvolvimento humano?