(lmoura.pe@uol.com.br)
A mobilidade Humana
O tema não é tratado em Puebla, mas não é desconhecido. Puebla fala das migrações maciças. Em Santo Domingo, os bispos preferem usar a expressão “mobilidade humana”, pelo fato de ser mais abrangente. Inclui, além das migrações internas e externas, outros fenômenos que interpelam a solicitude da Igreja: a repatriação, a deportação dos que não obtêm visto permanente, viagens, turismo e as peregrinações.
A ordem democrática
A Igreja respeita a legítima autonomia da ordem temporal e não tem um modelo específico de regime político. É uma repetição do que foi dito em Puebla. Aliás, Puebla trata desde tema com o título de Política.
Entre os fatores que contribuem para a deterioração da ordem democrática, são citados: corrupção administrativa, distanciamento das lideranças partidárias dos interesses das comunidades, o clientelismo político e o populismo.
Nova Ordem econômica
Até onde deve chegar a liberdade de mercado? Que características deve ter, para que sirva ao desenvolvimento das grandes maiorias? São questionamentos levantados pelos bispos, ao iniciarem o estudo do tema da nova ordem econômica. A resposta vem de imediato: é necessário um marco jurídico que assegure o valor da pessoa, a honra, o respeito à vida e à justiça distributiva e à preocupação efetiva com os pobres.
Quanto à dívida externa, os bispos perguntam se é válida o seu pagamento, se a sobrevivência dos povos corre sério perigo. Será válido pagar a dívida externa, se a população não foi consultada antes de contrair e quando esta foi usada para fins nem sempre lícitos? A Centesimus Annus faz este mesmo questionamento.
O documento denuncia os mecanismos da economia de mercado que prejudicam, fundamentalmente, os pobres; volta a ressaltar a econo-mia informal como necessidade de sobrevivência.