(resomar)
Teu retorno se (re)veste de uma enigmática nudez...
Tua voz inebriada estranha margens desnudadas na travessia opaca de tuas fugas...
Rasgando ansiedades comprimo o peito vagarosamente...
Invado teus mistérios na intensidade de toques,
e a ternura transborda no olhar...
Neste chão lavado te procuro e não te alcanço...
Como ser porção silenciosa mapeando a vida em muros de separação?
Custa acreditar em teus pensamentos desencontrados...
A melodia escurece tua memória...
Entrelaçados nos revelamos no calor das pulsações...
Deixa-me acompanhar teus passos embriagados na ousadia de carregar tuas feridas abertas...
Pronuncio o teu nome na sonoridade de paixão...
Tentei ser o abandono por ti desejado...
Caí em teus braços trêmulos e famintos e (re)nascemos em um estranho despertar...
Delírios prolongados!
Em tua solidão busco possibilidades e desloco a alma na transparência de nossas diferenças...
Na condição de ser, inflama o cansaço e bebo tua voracidade em tempo de primavera...
Diluída em sonhos já não consigo prosseguir...
Preciso de tua mão para abrigar aprisionados sentimentos...
Atiro-me em tuas sombras e grito o prazer que cicatriza nossas metades
(re)criando soluços de plenitude...
08.09.2005 – 00:17h