quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ENTRE ALEGRIAS E TRISTEZAS, LÁ SE VAI MAIS UM ANO


Edilberto Sena *


O relatório do tempo que passou em 2011 dá um variado balanço para muitas pessoas. Como é natural, houve alegrias e tristezas, generosidades e traições, amores iniciados e amores perdidos, inverno prolongado e verão mais quente do que o normal. Assim por diante, para uns houve mais dores, para outros, mais alegria e agora o ano chega ao fim. Quem sofreu bastante, certamente quer esquecer o quanto antes e alimenta esperança de alegrias e vitórias para o próximo ano, que vem chegando. Mas o relógio do tempo não segue no mesmo ritmo do relógio de pulso ou de parede, nem obedece ao calendário gregoriano, que tem semanas, domingos e feriados. O relógio do tempo tem sua dinâmica própria, não segue a caprichos de reis nem de ditadores. Há quem diga que o tempo é a gente que faz, mas isso tem sentido no aproveitamento dos momentos que a vida oferece. Não tem sentido alguém dizer – não tenho tempo, quando não pode ou não quer assumir um compromisso.

Ninguém é dono do tempo, que é soberano. Mas todos podem aproveitar o momento presente, que é parte do tempo e aí, criar situações positivas, solidárias, amorosas e construtivas. Desta forma, o tempo que não tem ontem, nem amanhã, tem sempre o momento presente, que não se deve desperdiçar. O que será amanhã e o próximo ano não se sabe, embora se possa imaginar. Será melhor do que o ano que termina daqui a pouco? Quem sabe? Tudo vai depender de vários fatores, das opções que cada pessoa tomar, do que as autoridades farão de sua responsabilidade com o bem comum, de como os outros se comportarão diante da gente. Todos esperam o melhor, mas o que é o melhor? É estar de bem com a vida, consigo e com os outros. As crianças são um belo exemplo de como encarar a vida e o tempo. Elas não se preocupam com o amanhã, nem lamentam coisas ruins do passado. São felizes no presente, se lhes atendem as necessidades básicas de alimento, saúde e carinho. Elas sabem o que é bem viver. Olhando para as crianças a gente pode bem encerrar o ano sem lamentar dissabores que tenham ocorrido nos meses passados, que não existem mais. Mesmo que tenham ficado cicatrizes, elas curam e fazem parte da sua história. Também não é sadio criar grandes expectativas para o ano que vem, se ele ainda não veio. Criar grandes desejos pode dar grandes decepções. Infelizes os que fazem filas para comprar o bilhete da loteria da virada, que promete milhões. Milhões serão certamente os frustrados que não ganharão o bilhete da ilusão. Em vez de desejar Feliz Ano Novo, vale mais desejar Bem Viver a cada momento que chega.


* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.