O sino tocou,
meia-noite o relógio apontou,
passos apressados cruzam as ruas silenciosas
desta cidade-mundo procurando um recem-nascido.
Parece que um menino está por nascer
em qualquer lugar nesta noite tão esperada.
Todos estão na igreja:
belos cantos, refinada liturgia, ornamentação caprichada,
é noite de Natal.
O hospital está fechado,
os hotéis superlotados,
as mesas fartas de comida.
A mãe e o pai daquele ignorada criança correm apressados
procurando ajuda em qualquer pessoa que passa:
uma toalha, um pouco d’água, uma cama,
serve tudo para poder aquecer o recém-nascido.
O Menino-Natal se encontra desabrigado,
fora dos templos suntuosos,
pedindo um pedaço de pão, uma roupa usada,
já não se chama menino Jesus,
mas meninos da perdição.
Ainda é Natal!
(25.12.2010 – 20:04h – Caxias/MA)