sábado, 31 de dezembro de 2011

SÓ MAIS UM ANO


José de Alencar Godinho Guimarães (*)
jfdelvitoralencar@hotmail.com



Já notaram como há muito esta estampada uma imprensão de que os anos estão passando cada vez mais rápidos? Pura ilusão da modernidade que nos enche de trabalho, de problemas e de raros momentos de lazer, o que acaba nos dando a sensação de que nos falta tempo. O que nos falta na verdade é uma melhor organização e utilização do tempo, só isso.


Pois bem, mas o certo é que, rápido ou mesmo no seu curso normal, mais um ano se vai e já nos preparamos cheios de esperança para mais um ano cheio de realizações, esse é o jargão habitual, queremos sempre nos apegar aos sonhos e esquecer, por instantes, a realidade vivida que é cheia de dificuldades, pelo menos para a maioria.
Mas em fim, é chegado o momento de incluirmos em nossas orações o pedido de mais saúde, menos violência, mais emprego, melhores oportunidades, moradia e etc. E esquecemos, por alguns minutos, que somos responsáveis, às vezes, por esse quadro de abandono em que se encontra boa parte de nossa população brasileira. Nossos representantes políticos chegam ao poder através do nosso voto, então, nesse caso, somos responsáveis sim.
Mas deixemos isso e vamos, com um olhar cidadão, expor o que queremos, de fato, para o ano que se aproxima. E o que eu quero mesmo? O básico, comida o ano inteiro, que não me falte saúde e nem coragem para trabalhar, que meus filhos possam dar valor ao mínimo que lhes dou, que meu casamento seja duradouro, que Cristo possa ser encarado como salvador e não como o crucificado ou como aquele que nasceu pobrezinho. Quero que ele seja visto como Rei, como homem que lutou e não se acovardou diante das injustiças. Quero poder ter meus direitos respeitados, mas desde que eu seja cumpridor dos meus deveres. Quero poder entender que a vida é somente um ciclo e que, por ser assim, eu preciso aproveitar, me divertir, ser feliz. Aí você pode estar se perguntando, mas como fazer tudo isso e ser feliz se faço parte das mazelas sociais do Brasil. Verdade, não tem como. Mas podemos começar a lutar para essa realidade mudar, precisamos estar unidos, fazer parte de algo, sair do anonimato e, mesmo que pobres, ser verdadeiramente cidadãos.


(*) Professor da Rede Pública Municipal de Santarém
Graduado Pleno em Pedagogia pela UFPA