Célia Cavalcanti
(cglcavalcanti@terra.com.br)
O meu corpo rolou…Metros, quilômetros, durante um tempo incontável…
Não sei bem a altura.
Não sei bem a distância.
Rolou como um pacote jogado do alto de um precipício…
Rolou como uma bola meio quadrada que resiste ao cair
e não percebe que alguns ângulos lhe foram esmagados,
triturados, algumas pontas quebradas…
Até que passado algumas dezenas de metros,
o meu corpo parou fincado numa grande pedra redonda que me recordou
o útero de minha mãe e me vi encolhida na posição fetal com
uma leve esperança de nascer outra vez……………………..
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De onde vim?
Onde e como terminará ?
Onde o ponto inicial, como tudo começou?
Por que me jogaram aqui?
Por que deixei que me jogassem?
Aconchego-me nessa pedra dura que agora me acolhe
e me serve de suporte e amparo.
Aguardo o momento para certamente começar tudo de novo.
Outros precipícios virão…
Quem sabe então, dessa vez,
o meu corpo como num passo de mágica
comece a voar?!....
(27-12-2009)
Obs: Imagens enviadas pela autora.