cairo de assis trindade
Eu queria ser o poeta
dos sem-terra e dos sem-teto;
servir, como um anjo da guarda,
aos tristes e deserdados;
ser o arauto dos sem-voz,
dos loucos, perdidos e sós;
dos feios, fracos, falidos,
sem porra nenhuma, na vida.
Eu queria ser o poeta
de todos os que não deram certo;
sem deixar, por um instante,
de ser o cantor dos amantes.