segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ENTREGA

Aldo CB
aldocblog@gmail.com


Ninguém na estrada, nem mesmo os ruídos. Há mergulhos de silêncio em minhas mãos. Por ti, apenas me deixo sem saber se sou eu, se me bastaria o caminhar. Deito meu dorso de caminhante em teu ventre - sou fruto, sou dor, sou tuas entranhas. A solidão é o horizonte mais próximo, talvez dentro de mim. Sim, deixo-me como exercício de alegrias, de cantorias, de descanso. Tenho medo, pois sangra na terra a possibilidade do permanecer e pulsa na pele a ardência de teu olhar. Já é noite, sou pura entrega. Vã toda a tristeza que em mim chora.