Malu Nogueira
O que nos atrai, em primeiro lugar, quando olhamos um rosto é o sorriso. Ele é a porta de entrada para uma conversa, um bate papo, um namoro, uma conquista descompromissada, um amor casual.
Também nos deparamos com aquele tipo de sorriso que não se mostra aberto: às vezes, cortês, noutras, frio e indiferente. Às vezes não há sorriso. Admiravelmente as pessoas se mantêm sérias, dando a impressão de que, se sorrissem, mostrar-se-iam pessoas de pouco siso.
Quem dá um sorriso sincero, põe a alma na boca e nos transmite fluidos de paz e amizade. Esse tipo de sorriso está escasseando, parece mercadoria em extinção. Isso porque os interesses pessoais sobrepujam sentimentos de sinceridade e cordialidade.
Devemos ser gentis e cordiais quando esboçarmos nosso sorriso, para que não fiquemos sozinhos e tardiamente, reconheçamos que não fizemos amigos por falta de um sorriso.
No sorriso silêncio - aquele que esconde, mas mostra cumplicidade - a alma se desvenda e não disfarça a essência desnudada num sorriso de mil cores. Porém, atônitos, vemos que o individualismo ganha adeptos na sociedade contemporânea.
Precisamos rever nosso sorriso que se encontra estampado nos rostos de crianças inocentes a nos sorrirem em casa, nas praças, nas ruas. Elas sorriem com a alma, com a inocência, expandindo felicidade e flechas certeiras nos corações de adultos empedernidos.
Devemos voltar a ser como essas crianças, que indiferentes a quem as olha, sorriem de orelha a orelha e não se envergonham desses sorrisos. Podem dizer que são pessoas de pouco siso; porém quem se importa?
Quanto aos sorrisos que não saem, essas pessoas deveriam respirar fundo e pensar nas coisas belas da vida, no esplendor dela que desabrocha numa mulher de ventre avantajado, num botão de rosa viçosa e perfumada e ver que vale a pena sorrir para a vida.