Dade Amorim
dedaamorimo@gmail.com
http://inscries.blogspot.com
http://obemomaleacolunadomeio.blogspot.com
Teoria deleuziana do simulacro: o simulacro não mais representa o original, porque não se identifica com ele, mas é uma presença em si e traz a estranheza de sugerir aquele objeto primeiro. À representação corresponde a cópia, modelo por excelência do original. A simulação só pode gerar presença, porque o simulacro não representa nenhum objeto, apesar de podermos ler nele os signos presentes no original e na cópia:
...“é o seu próprio símbolo, isto é, o signo na medida em que ele interioriza as condições de sua própria repetição. O simulacro apreendeu uma disparidade constituinte na coisa que ele destitui do lugar de modelo”¹ .
Se no simulacro apreendemos a diferença, ele passa a ter tanto valor quanto o modelo, e passa mesmo a ser modelo, porque traz nele o entendimento do que é diferente, do que pode ser separado do modelo e, portanto, do que pode ser uma nova singularidade. Se o “objetivo supremo da dialética é estabelecer a diferença”² , o simulacro é parte fundamental dessa dialética, e não pode sofrer hierarquização em relação ao modelo ou sua cópia. “O simulacro não é uma cópia degradada, ele encerra uma potência positiva que nega tanto o original como a cópia, tanto o modelo como a reprodução”.³
Definição quase paralela:
"Poesia é uma coisa que não é a mesma coisa, mas é igual." Beatriz Bruno Antunes, quatro anos.
_____________________________
¹ DELEUZE, G. “A Diferença em Si Mesma”. In: Diferença e Repetição. Trad.: Luiz Orlandi, Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1988, 4. ed. p.63 - 125.
²Id. p.122.
³ Id. p.267.
Obs: Imagem enviada pela autora.