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Elas se vão, ficam muitas vezes no esquecimento. São até pessoas queridas, boas e virtuosas. O tempo vai apagando as lembranças e o tumulto da vida ajuda a enterrar.
Com você boa Gerhilde, foi diferente. Você fez a diferença! Você era aquela sem cerimônia, aquela que sempre chegava, aquela que naquelas horas estava lá. Aquela que sem escrúpulo nenhum, sentava à cama de prostitutas, de um sarnento, de um tuberculoso e se banqueteava com aquele café ralo, frio e com pó. Sorria que nem criança com o que ouvia contar.
Despojada das vestes como aconteceu um dia, chegar no convento sem véu, por ter cedido a um bebê desnudo com frio. Como me lembro de você... Quanto tinha que agradecer de maneira melhor o que recebi. Quanto incentivo tive, quando montei uma escolinha em casa.
Você era divertida e até irresponsável. Lembro-me de tê-la visto entornar 4 comprimidos de vez, quando deveria ter tomado no decorrer de um dia. Tomava e dizia: - Não faz mal. Achava bonito a minha maneira de ser – e eu a invejava!... Assim são os Santos... Considero a irmã, Gerhilde uma grande e santa mulher!
Toda sua vida foi voltada para os humildes. Junto dela me sentia uma pessoa melhor. Ela dava ânimo a todos. Nunca a vi escandalizada com nada. Tudo era natureza, tudo era divino.
Foi assim que a vi.
Se no céu tudo são flores, pede a Jesus por nós pecadores. Pede com fé, aí tudo está bom. Mas aqui, a luta continua.
Gerhildes, cada vez mais difícil. Há um jeitinho, dribla Jesus, agarra Maria e de quando em quando vem cá.