domingo, 10 de julho de 2011
MINHA CASA MINHA VIDA ETAPAS DE ZERO A TRÊS
Edilberto Sena *
edilrural@gmail.com
Na cidade de Itaituba já foram construídas 900 casas pela etapa um do programa Minha Casa, Minha Vida. Já estão organizando a etapa dois com mais 900 casas a serem construídas. Em Santarém, o mesmo programa vem sendo anunciado há alguns anos e agora, graciosamente se anuncia que a etapa um, que nunca construiu nenhuma casa, está embutida na etapa dois, que dizem irá ser executada agora, um dia julho e outro diz agosto, deixando a população cismada de quando mesmo será iniciada.
Não se esclarece a população porque o Programa Minha Casa Minha Vida etapa um, não foi executada. O que foi que aconteceu para o recurso não ter sido liberado a tempo, ou será que foi e tomou outro rumo? É estranho que o Ministério das Cidades, um dos mais eficientes do governo federal, tenha deixado de enviar o recurso para Santarém, quando enviou para Itaituba, que nem é afinada com o partido do governo.
Enquanto isso, a etapa zero e a etapa três já estão em andamento, até com nomes de bairros definidos, Bela vista e Vista Alegre do Juá. As ocupações espontâneas, sem a presença da prefeitura, sem recursos financeiros do governo federal, vão se multiplicando. O novo bairro Bela Vista, na periferia do bairro Nova República já tem ruas, igrejas e mais de duzentas famílias com seu teto próprio. O bairro mais recente da Vista Alegre do Juá está em fase iniciação ao longo da Avenida Fernando Guilhon. Também ali a prefeitura está ausente.
Quem já possui casa própria, confortável, logo crítica as ocupações como sendo de vagabundos que vivem de invadir terras para depois vender terrenos e ganhar dinheiro. Mas em carta aberta à população santarena, o movimento de luta por moradia/ocupação explica que, " se há alguns aproveitadores no meio dos ocupantes essa não é a regra, pois a maioria é de famílias sem casa própria e com direito a uma moradia", igual como os que já estão agasalhados na cidade e não pagam aluguel.
O fato de estarem surgindo as ocupações desordenadas é uma denúncia à desordem do poder público que não executa o programa Minha Casa Minha Vida. Há áreas desocupadas, certamente para especulação, há recursos do governo federal, mas não há competência e vontade política do governo local. Enquanto a etapa um singelamente é fundida na etapa dois, no dizer do secretário, as etapas zero e três já estão em andamento em ritmo acelerado.
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.
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