domingo, 5 de junho de 2011

POEMA DA MARGEM


Gerson F. Filho


Não há o que reclamar:
Entre tantas horas fúteis
Meu coração se apequena.

O espaço não se sustenta.
O desafio seria sobreviver
Ao abraço da inutilidade.

Queixar-me? Para que?
Os acontecimentos
São paridos aleatoriamente.

Se a solidão então
For o destino afinal,
Que seja meu direito esquecer-me.

Que eu me esqueça:
Seria um prêmio final.
Oculto na mediocridade do dia.

Lembranças,
São apenas obstáculos
Que machucam no vazio.

Esperança?
Tenho comigo a sensação:
Perdi este trem



Obs: Imagem enviada pelo autor.