Paula Barros
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( mpaula26@hotmail.com)
Um dia depois da missa, ele tirou o hábito, desceu profundo em sua alma, tomou em suas mãos os pensamentos e os escreveu.
Levantou o cálice das suas lembranças e as bebeu. Subiu nos redemoinhos das saudades. Suspirou cansado. Dormiu depois do terceiro ato.
Acordou. Era um novo dia. Vestiu o hábito, rezou a missa. Como se nada tivesse acontecido.
Criador e criatura habitam o mesmo hábito. Estão sentados na mesma cadeira, onde há de vir novos pensamentos.
Eis que no sétimo dia, sua obra ainda não estava concluída. Enquanto houver vida, haverá pensamentos, angústias, que sairão em palavras até os últimos dias.
Obs: Imagem enviada pela autora (Foto do Mosteiro dos Jerônimos – Lisboa)