Ronaldo Coelho Teixeira
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Parece que todos os viajantes deste século XXI estão surtados. Bem que poderíamos chamar esta época de “A Era dos Surtos”.
São mulheres e homens com dietas e cirurgias estéticas das mais malucas em busca da perfeição física, da beleza e, por tabela, da tão desejada e quimérica felicidade. Homens metrossexuais – os vaidosos de plantão (e de carteirinha!). Crianças e adolescentes cada vez mais ansiosos e precoces, seduzidos por um mundo adulto em perfeito estado de decadência, escancarado nas abusivas e abusadas mídias impressas, radiofônicas, televisivas e digitais, e espelhado nas páginas da cada vez mais extensa e complexa lista de doenças.
Dentro dos catalogados transtornos de ansiedade estão a síndrome de pânico, as fobias ou medos, a ansiedade generalizada e o stress pós-traumático. Tem ainda o transtorno obsessivo compulsivo, o toc, que virou celebridade com as “nóias” assumidas da eterna ninfeta Luciana Vendramini e do próprio Rei Roberto Carlos. No campo dos transtornos de humor, temos a depressão, a distimia ou depressão crônica, e o transtorno bipolar ou transtorno maníaco-depressivo.
Desse jeito, só mesmo lembrando do velho e bom e saudoso e sempre maluco (ops!) beleza Raul Seixas: “Parem o mundo que eu quero descer!”.
Mas, se alguém insinuar que você – pelo início de qualquer mania ou demência – está pirando, não se preocupe que o seu bordão da salvação está garantido: “o Homem é este animal louco, cuja loucura inventou a razão”. Porque um outro louco (ops!) chamado Castoriadis, passou, surtou e deixou essa senha redentora por aqui.
Ainda desconsolado? Não se preocupe! Para tanto, deixo aqui a deixa do quase-maluco beleza e ex-bicho-grilo Caetano Veloso, que pode funcionar perfeitamente como um tranqüilizante: “de perto ninguém é normal”.
Então? Já escolheu a sua? Não se acanhe, pois, nesses tempos bicudos dos quinze surtantes minutos de fama e do olho implacável do Grande Irmão, o cardápio da paranóia nunca esteve tão bem servido. Sirva-se!
Obs: Imagem enviada pelo autor.