terça-feira, 26 de outubro de 2010

NU.LA



Maria Inês Simões - Bauru/SP
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Sem cor, sem desejos, sem pudor. Vagava madrugada a fora, em diâmetro de um quarteirão.
- Já passou por aqui três vezes. Dizia o observador.
- Mas a narrativa é onisciente. Relembrava o pássaro, que passando tempo no fio também atentava.
- Vou aguardar mais um pouco, se ela passar aqui novamente, vou perguntar – “Qua’lé a sua ô da caminhada? Sai logo desta estrada. Não vê que já vai raiar o dia? Daqui a pouco isto aqui ferve de gente. E a visão será compartilhada. Ou vc se manda ou então, vê se enrola em toalha.”
- Faz isso não... Observador maluco. Deixa a mulher andar pelada. Não tira a alegria deste pobre pássaro, sem asa e sem escada.


Obs: Imagem enviada pela autora.