Djanira Silva
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Salva-me, nestes momentos obscuros, uma pequena luz que ainda teima em permanecer acesa – a sombra da lamparina que iluminou a minha infância e desenhou minha inocência no branco das paredes.
Folheio minha alma e as páginas queimadas pelo tempo ameaçam se desfazer com a dor de mais uma lágrima, chorada por lembranças, que nunca terminam de morrer.
Nunca te disse nada. Guardei por tanto tempo um amor que deveria ter dito, um grande amor feito de pequenas coisas, de sentimentos leves e simples que eu poderia ter transformado em verdade.
Ventos parados, águas turvas, caminhos destorcidos. Só a luz da lamparina permanece acesa, maculada, mergulhada numa penumbra onde a infância me parece irreal.
Nunca te disse nada e nada é tanta coisa...
Quem apagará esta escrita desconhecida que nunca consegui decifrar? Chorar não é resposta, é pergunta. Uma pergunta que me faço quando os silêncios se digladiam desesperados no castigo das esperas.
Sei que não há volta. Infelizmente sei.
Quem acreditará na dor deste silêncio?
Obs: Imagem enviada pela autora.