Saber escutar o silêncio
dos que desistiram da luta,
observar demoradamente as armas carcomidas
pela ferrugem largadas num canto qualquer,
perceber as marcas - cicatrizes da alma –
espalhadas no corpo inutilizado,
contemplar o que restou de um ser humano
que definha a cada dia que passa,
é experimentar a mais tocante sensação de impotência humana
e o único caminho que conheço
para tentar compreender o que de fato consome o coração humano.
(Jaboatão 17.07.2003)