Jaime Sidônio
(psjaime7@hotmail.com)
A proposta evangelizadora de Jesus tinha seu ponto de partida na acolhida amorosa, na amizade. Na verdade, ele evangelizava por meio da amizade. Um dos mais belos exemplos de evangelização por meio da amizade é o diálogo de Jesus com a samaritana junto ao poço. No decorrer do diálogo que se estabeleceu entre Jesus e aquela mulher, ela foi sendo evangelizada pela amizade dele e converteu-se em uma ardorosa missionária. “Então a mulher deixou o balde, foi para a cidade e disse para as pessoas: ‘Venham ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Será que ele não é o Messias?’ O pessoal saiu da cidade e foi ao encontro de Jesus” (Jo 4,28-30).
Mas a missão evangelizadora não é só prática de amizade, é também a forma mais eficaz de uma prática misericordiosa que possibilita a verdadeira libertação.
Diz-nos o Evangelho que uma grande multidão seguia Jesus. Ao sair da barca, onde com certeza Jesus tinha vivido intensamente seu momento de solidão, feito a sua experiência mística com o Pai, ele contemplou com lucidez e sensibilidade aquela multidão, teve compaixão e foi movido à misericórdia. “Quando saiu da barca, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão, porque eles estavam como ovelhas sem pastor. Então começou a ensinar muitas coisas para eles.” (Mc 6,34).
Jesus ofereceu em primeiro lugar o Evangelho para saciar a fome de Deus e de plenitude humana. Em seguida, fez o milagre da multiplicação para matar a fome de pão. Assim ele ensinou que a missão deve conduzir a um processo de libertação das misérias humanas. Libertação que acontece a partir de um gesto de amor.
Nossos gestos de amor devem ser sempre multiplicados, não para resolver de uma vez todos os problemas, mas para que o amor continue vivo entre nós. A verdadeira libertação só acontece a partir dos gestos de amor. Não existe outro caminho. Precisamos convencer-nos de que a marca de nossa prática evangelizadora deve ser sempre o amor generoso, a ternura e o carinho.