segunda-feira, 5 de julho de 2010

DESESPERO LETRADO



Nicole Bianchini
nicole_bianchini@hotmail.com


Me tiraram as palavras
Ou as deixei soterradas no meu jardim?
Pego a caneta, me dá uma extrema necessidade de rabiscar letras, arriscar rimas
Poemas.
Mas tiraram de mim, talvez o sossego do chão xadrez
E o piano encostado ao lado
A vidraça aberta, a casa aberta. Tiraram.
Já fazia tempo que não escrevia, tempos viu?!
Não ando tendo êxito, algum.
Não consigo expressar em estrofes ou qualquer garrancho costumeiro
Ando preocupada,
Novamente não estou por inteiro.
Cadê minha poesia?
Já fui no meu jardim, sentei no sol e cavei buracos dentro de mim.
Clarisse, acho que preciso abrir aquele armário
E ter um momento divisor de águas, um momento breve e inacabável
Dentro da complexidade de uma alma.
Quem sabe..
Teria eu de volta minhas palavras, minhas entende?!
Talvez aí então poderia mandar cartas, escrever declarações, perturbar corações
Com apenas, palavras.
Mas seria muita pretensão.
Então vai ver, por isso tiraram de mim todo o amor e a graça, o encanto, a nobreza
E a audácia das palavras.
Mas tenho aprendido a lição
Me devolva o pouco que me dá prazer
Prometo usar com moderação.
(e que moderado seja meu ser, mas nunca as minhas mãos)
Essa não. essa há de soltar a plenos pulmões e linhas,
Tudo que se é capaz.
Já vou logo avisando, não sei de quase nada,
Mas o pouco que sei, não omito.
Mas hei de ter jeito,
E um bocado de gracejo.


Obs: Imagem enviada pela autora.