Edilberto Sena
(edilrural@gmail.com)
Caso se pudesse penetrar no íntimo da consciência de quem acaba de decidir a recuperação das seis escolas decadentes em Santarém, certamente se descobriria a real motivação para “corajosa ação cívica”. Mas nem carece de poderes mediúnicos para captar tais motivações.
Um pouco mais difícil será captar por que a decisão governamental não foi tomada dois a três anos antes, quando as referidas escolas já estavam arruinadas e poderiam ter causado desastre. Agora, de repente o milagre aconteceu. Apareceu dinheiro e a reforma das seis escolas estaduais, em Santarém, será iniciada imediatamente, com dispensa de licitação por causa da emergência.
Isso sim! É uma decisão corajosa e cidadã. Afinal, as crianças e adolescentes tiveram que abandonar suas escolas Olindo Neves e Guadalupe sendo obrigadas a se amontoar em outras escolas já lotadas de estudantes.
Antes tarde do que nunca, diria nossa avó!
O que terá comovido os corações dos dirigentes da SEDUC, do gerente do cofre do Estado e da governadora? Terá sido a súbita sensibilidade para com as crianças prejudicadas? Terá sido uma repentina sensibilidade para a prioridade da educação? Ou terá sido a pressão das denúncias através da Rádio Rural? Ou finalmente porque o mês de julho é o mais oportuno para esse ato de bravura, de começar a recuperação de seis escolas ao mesmo tempo com dispensa de licitação porque, de fato, é emergencial a situação.
E tem mais, a ordem é que todas as seis escolas estejam prontas antes do final do ano, e assim as crianças da Escola Olindo Neves, na periferia da cidade, e as outras, possam concluir o ano escolar em sua renovada escola.
Que maravilha! O milagre ainda é possível! Ah! Sim, antes do fim do ano haverá eleições federais e estaduais... Ainda bem!