Edilberto Sena
(edilrural@gmail.com)
A frase bíblica “nem só de pão vive o ser humano” tem outro significado, além do religioso. E boa parte da população santarena já entendeu isso. Além do pão para o estômago, o ser humano carece do pão do saber para bem viver. O saber vem pela experiência, pelo convívio e vem também pela leitura e o estudo. Daí que uma cidade, que promove uma feira do livro, é sinal de atender a essa necessidade básica do ser humano.
Santarém acaba de realizar o 3º Salão do Livro e a população tem correspondido com interesse. São poucas as cidades no Brasil que ousam promover tal evento cultural. É mais comum promover show de cantores, torneios esportivos. Mas é preciso visão cultural para enfrentar uma organização de uma feira do livro.
Também a frequência intensa de visitantes à feira é outro sinal de que existe sim, uma fome de saber, de conhecer e de dialogar com a cultura literária. Mesmo sendo hoje muito caro um livro e em média baixo o nível salarial da população, a frequência de jovens, crianças e adultos no 3º Salão do Livro valeu a pena e demonstrou que existe em Santarém um bom nível cultural.
Um povo que já sente a necessidade de cultivar a cultura do saber mais, tem possibilidade de se tornar mais humano, mais educado e mais dialogal. Além de que o Salão do Livro é uma oportunidade para autores literários locais e regionais exporem suas artes escritas e a população descobrir que nem só de autores do sul e do estrangeiro se compõe a literatura, mas de autores regionais. Vários deles lançaram livros novos e colocaram a disposição das crianças, jovens e adultos neste 3º Salão do Livro, confirmando a frase bíblica “nem só de pão vive o ser humano”, e nem só de futebol.
A grande presença de público durante os dias do salão do livro é outro indicativo de que a televisão a mesmo a internet não tiram o gosto pelos livros. Eles continuam a ser forte atração de leitores infantis, jovens e adultos.