Edilberto Sena
(edilrural@gmail.com)
Que acontecerá aos seres vivos se vier a falta por uma semana, o ar, a água e a luz do sol? Pois é, pergunta boba cuja resposta é tão evidente. Mas desses três elementos e outros mais, dependem a vida e a morte no planeta terra. Até há 50 anos não havia preocupação na humanidade em relação ao desequilíbrio ambiental. A razão é que até então, havia certa harmonia dos seres humanos com a natureza e a consciência ecológica era bem menor.
De lá para cá, a situação mudou, vem arruinando de tal forma o equilíbrio ambiental que, não uma espécie, mas todas as vidas correm perigo de extinção. O ser humano é o principal responsável por esse ecocídio em andamento. A cena mais recente é a catástrofe causada pelo derramamento de toneladas diárias de petróleo cru na costa oceânica da América do Norte. A ambição de lucro fácil da empresa petroleira gerou um dos mais graves desastres ecológicos do momento, só comparado aos mais de 100 mil quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia, nos últimos 10 anos, 17% de seu território.
E com tais mega desastres a natureza já está reagindo, com furacões, enchentes, secas, aumento da temperatura e mais. Não apenas as vidas dos peixes e plantas, dos pássaros e macacos correm perigo de extinção no golfo do México e na floresta amazônica, mas a vida em si está seriamente ameaçada.
Talvez por isso, tardiamente a ONU criou esse dia mundial do meio ambiente, como alerta geral. Em Santarém, a situação do desequilíbrio ambiental é tão grave quanto em outras partes do mundo. Os igarapés estão sendo esgotos residenciais, o lixo continua a céu aberto e nas ruas, as serrarias e olarias continuam poluindo a paisagem e a vida urbana. Existem órgãos ambientais municipal, estadual e federal na cidade, mas um joga para o outro a responsabilidade de coibir o crime.
Algumas iniciativas boas tem havido pontuais, como o abraço do lago do Juá, a romaria em defesa do igarapé Urumari, a luta pela criação do bosque do Saúbal, a aliança Tapajós vivo contra hidroelétricas, entre outras, mas é urgente uma aliança maior entre todos os grupos, igrejas, sindicatos, associações, empresários, para se construir um ambiente cuidado. Não bastam iniciativas pontuais, a natureza toda clama por maior cuidado.
Ou se cria um acordo geral, ou o desastre será irreversível e ao final, prevêem alguns estudiosos, o planeta terra será habitado apenas por baratas e escorpiões, dentro de 50 anos. Exagero? Só para quem tem olhos cegos, ou consciência de rato.