segunda-feira, 7 de junho de 2010

ALMAS GÊMEAS



Saulo Marden
(saulomardencosta.neves@gmail.com)


Viver uma vida a dois, conhecer a outra, aceitá-la nas diferenças, doar-se, saber agregar são os requisitos de uma alma gêmea. Os que falam ter encontrado dizem que se alimentam da comunhão das idéias. São felizes, descontraídos. O amor cresce a níveis incalculáveis. Eles permitem interação sempre em comum acordo. Comentam serem dois corpos, numa só alma. Dois espíritos com intensidades de energia que se completam. Nestas circunstâncias o positivo e o negativo se fundem, o “duo” torna-se “uno”, daí surge a onipresença, a onisciência, a semelhança física. Ao olhar para um lembra do outro. Quem teve a felicidade de conhecer um casal assim, sabe que quando um não está presente a alegria, a harmonia não é a mesma. Falta alguma coisa para estabilizar o fiel da balança. Enquanto estão juntos todos em volta sentem vibrações positivas. Dificilmente vemos desequilíbrio em suas emoções. Será que até o último dia da vida deles o amor carnal, o amor no companheirismo, o amor na doação continuam em alternância? Se isto ocorrer fica evidenciada a necessidade de se conhecer a “Alma gêmea”. Por que há tão poucos casos desse tipo de relacionamento? Será mudança dos tempos? Tem a ver com a forma dos jovens de hoje se envolverem num relacionamento? Antes, um simples olhar sinalizava a atração e daí em diante, de forma lenta e contínua cedia lugar as diversas fases para o entendimento, a compreensão, o respeito pelo (a) outro (a). Hoje difícil são os que adotam esse comportamento. Preferem ser imediatistas em poucas horas se tornam íntimos. O conhecimento dos valores fica resumido ao carnal que não garante uma união duradoura. O resultado é o “casa, separa”. Os filhos são os mais prejudicados e, às vezes, nem chegam a conhecer o pai. A figura paterna é substituída pelo avô, avó. Quanto a humanidade não se beneficiaria se os jovens de hoje saíssem à procura da “Alma Gêmea” e não somente no sentido de distração, aventura?

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