Jaime Sidônio
(psjaime7@hotmail.com)
Quando Jesus chamou os seus seguidores, ele os chamou, em primeiro lugar, para estarem com ele, para estabelecerem uma profunda experiência de relacionamento fraterno – vocação para a amizade. Em segundo lugar, chamou para enviá-los em missão, para anunciarem com Ele o Reino de Deus – vocação para a missão apostólica. “Jesus subiu ao monte e chamou os que desejava escolher. E foram até ele. Então Jesus constituiu o grupo dos Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar...
O seguidor ou discípulo é alguém que se compromete a seguir Jesus Cristo na amizade e na missão inseparavelmente. A missão é fruto da amizade, pois não se pode seguir Jesus sem se identificar com seu projeto, sem fazer de sua tarefa a própria tarefa.
Se contemplarmos atentamente os textos do Evangelho que se referem ao chamado ou à confirmação do chamado, vamos perceber que é marcante a unidade entre amizade e missão. O Evangelho mostra que o discípulo é sempre um amigo. “Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15). Essa é uma profunda experiência de afeto entre Jesus, o Homem-Deus e a pessoa. É algo quase incompreensível, algo que arrebata e faz silenciar. Jesus revela aos seus amigos a intimidade, os segredos de amor que são a vida na Trindade. É uma incrível prova de confiança.